Percy Jackson na Istoé

A revista brasileira Istoé publicou uma matéria sobre Percy Jackson. A reportagem traz uma comparação bem comum entre ele e Harry Potter e considera que diferente de muitos filmes que tentaram e só renderam prejuízos, este será diferente. Traz também uma entrevista com Rick Riordan, autor da série. Confira:

Como Se Faz Um Novo Harry Potter
O personagem Percy Jackson, um garoto descendente de deuses gregos e herói de cinco best sellers, promete repetir o sucesso do bruxo milionário


O MENINO DA VEZ
O ator Logan Lerman interpreta o semideus Percy Jackson na versão cinematográfica do livro “O Ladrão de Raios”, de Rick Riordan, que tem estreia mundial prevista para 12 de fevereiro


Neste ano em que a saga do bruxo Harry Potter chega ao seu último capítulo com a estreia do filme “Harry Potter e as Relíquias da Morte”, adaptação do sétimo livro da autora inglesa J.K. Rowling, um novo herói da literatura infanto-juvenil contemporânea prepara-se para seguir o mesmo caminho e protagonizar nas telas uma longa temporada de aventuras fantásticas, desafios sobre-humanos e poderes extragalácticos. O personagem que promete duelar, ou somar forças, com o britânico Potter chama-se Percy Jackson. Ele é um garoto americano que encarna um semideus dotado de superpoderes e ganhou vida pelas mãos do professor de história e escritor texano Rick Riordan em cinco livros, todos lançados nos últimos seis anos nos EUA e que se tornaram febre mundial – no total já foram vendidos sete milhões de exemplares. Agora, para colaborar com o êxito dessa série de best-sellers, o primeiro filme da saga, intitulado “Percy Jackson & Os Olimpianos: O Ladrão de Raios”, chega aos cinemas no dia 12 de fevereiro, numa produção assinada por ninguém menos que o expert em franquias cinematográficas, o diretor Chris Columbus (responsável pelas duas primeiras adaptações dos livros de Harry Potter). O jovem ator Logan Lerman interpreta Percy e já vem sendo comparado ao astro Daniel Radcliffe, que imortalizou o pequeno bruxo. Percy Jackson e Harry Potter comandam sagas distintas, mas os ingredientes que compõem a fórmula mágica do entretenimento adolescente – que também agradam aos adultos – são semelhantes.

TIME OLIMPIANO
Os amigos inseparáveis Grover, Percy e Annabeth no filme “O Ladrão de Raios”: o trio de heróis terá de enfrentar as forças do mal


Há dois garotos e uma garota envolvidos numa aterrorizante disputa entre as forças do bem e do mal, ao mesmo tempo que enfrentam as próprias limitações e inseguranças de crianças diante de assuntos adultos. O trio inseparável dessa vez reúne Percy, Annabeth (Alexandra Daddario) e Grover (Brandon Jackson). Nessa nova franquia, a bruxaria e a fantasia são substituídas pela mitologia grega e seus poderosos personagens. Os heróis, vilões, sábios, símbolos da magia e do poder, tudo isso está lá, só que com novos nomes. E também existe um colégio onde esses jovens dotados de poderes especiais são recrutados para estudar. Em vez da grande escola de magia de Hogwarts, presente em todas as histórias de Harry Potter, temos um Acampamento de Meio Sangue para Semideuses, onde os filhos gerados entre os imortais do Olimpo e os humanos são treinados e protegidos da fúria de monstros horrendos. E, como em toda a escola para adolescentes, há rixas entre grupos e disputa para ver quem é o mais poderoso. Para os fãs, as semelhanças entre os personagens param por aí, já que as tramas criadas por Rick Riordan têm fundamento histórico. “Harry Potter é pura fantasia e em Percy há referências a personagens mitológicos.


Para quem gosta de mitologia, é incrível perceber as relações, e quem não conhece diverte-se lendo mesmo assim”, diz a mineira Mirna Lima, 21 anos, integrante do fã-clube Percy Jackson Br, de Belo Horizonte. Além disso, o Olimpo das histórias de Riordan localiza-se bem próximo ao Empire State Building, pairando sobre o céu de Nova York. No primeiro livro, o narrador explica que os deuses gregos sempre habitam os centros vitais do mundo e, segundo o autor, o foco do poder e da força nos tempos modernos é o Ocidente, mais especificamente os EUA. Era pelo menos no que ele acreditava quando redigiu a história em 2004. Estudioso de mitologia, Riordan criou Percy Jackson tendo em mente o seu filho como primeiro leitor. Ao entrar para a escola, o garoto foi diagnosticado com dislexia e déficit de atenção e o pai passou a narrar-lhe histórias para ajudá-lo a lidar melhor com as dificuldades no aprendizado. A primeira aventura que imaginou mostra Percy com seus colegas de classe numa visita ao Museu de Arte Moderna, em Nova York, e é nesse local que ele recebe o primeiro sinal de que vilões mitológicos estão em seu encalço.Assim inicia-se “O Ladrão de Raios”, que dá a largada para uma grande e milionária saga. No Brasil já existem 15 fãs-clubes dedicados ao garoto semideus, surgidos na trilha do sucesso dos livros. As três primeiras aventuras da série foram lançadas no País pela Editora Intrínseca e a quarta, “A Batalha do Labirinto”, chega às livrarias no início de fevereiro, com tiragem inicial de 60 mil exemplares. O enredo novamente lida com narrativas mitológicas. Era assim em “O Mar de Monstros”, quando Percy passa pela mesma prova de Jasão, herói grego da Tessália, e precisa resgatar o velo de ouro para proteger a si mesmo e a seus colegas do Acampamento Meio Sangue. Com a chegada do herói adolescente aos cinemas, a legião de fanáticos só tende a aumentar. Percy Jackson não é bruxo, mas guarda truques e mistérios para agradar a gregos e troianos.


QUANDO A RECEITA NÃO FUNCIONA
Filmes que adotaram fórmula semelhante à do bruxo de J.K. Rowling, mas não obtiveram o mesmo sucesso

AS CRÔNICAS DE SPYDERWICK

A crítica acusou o filme de ser uma cópia piorada de “Harry Potter”. A franquia empacou na estreia do que seria uma trilogia porque deu um prejuízo de aproximadamente US$ 20 milhões aos estúdios.

A BÚSSOLA DE OURO A Igreja Católica considerou o filme antirreligioso e uma apologia ao paganismo. Outros críticos apontaram racismo na história. O desempenho financeiro foi um desastre e levou o estúdio New Line, independente há 40 anos, a ser incorporado pela Warner.

UMA PONTE PARA TERABÍTIA O trágico desfecho do filme (uma das personagens principais morre) gerou críticas de que a trama era mais apropriada a adultos do que a crianças. O faturamento abaixo das expectativas desmotivou os produtores em investir numa sequência.

RIORDAN, O CRIADOR DO NOVO HERÓI

Fã do realismo mágico dos escritores Jorge Luis Borges e Gabriel García Márquez, o autor americano Rick Riordan diz que se inspirou neles para criar as tramas da série “Percy Jackson & Os Olimpianos”, que têm a fantasia como chave do enredo. Riordan não gosta que comparem o personagem de seus livros ao consagrado Harry Potter. “Eles são completamente diferentes”, disse ele à ISTOÉ.

ISTOÉ – Como o sr. cria suas histórias?
Rick Riordan – Sempre me imagino lendo um manuscrito em voz alta para os meus alunos. Dar aula me ensinou o que os jovens leitores acham chato e o que consideram engraçado ou interessante.

ISTOÉ – Por que a mitologia?
Riordan –
Porque é um assunto fascinante. Eu apenas modernizei os mitos e muito frequentemente os mitos se tornam mais reais para nós do que a própria pessoa.

ISTOÉ – Vivemos criando mitos?
Riordan – Sim, criamos mitos acerca de tudo o que parece ser maior do que a vida – estrelas de cinema, músicos, estrelas de tevê e do esporte.

ISTOÉ – Qual o maior desafio ao trabalhar com a mitologia?
Riordan –
O único desafio foi escolher quais mitos usar. Mesmo depois de cinco livros, ainda há muito material.

ISTOÉ – O que acha do fato de adultos também lerem os seus livros?
Riordan – Eu não os escrevo pensando nos adultos, mas se eles gostam, ótimo. Acho que adultos e crianças querem a mesma coisa de uma história – um bom enredo e personagens interessantes.

Fonte: http://percyjacksonbr.com/rick-riordan/materia-sobre-pj-na-revista-istoe/

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