Fui convidado a assistir O Ladrão de Raios na quinta-feira e para ter um pouco mais de tempo para pensar no que escrever, decidi só fazer isso hoje. O filme como apenas um filme foi fantástico. Efeitos especiais bem feitos, trilha sonora bem legal e conhecida, ação até não acabar mais e muito humor. Tudo que um bom filme pode ter.
Como adaptação do livro, faltou fidelidade. O começo foi bem interessante, uma falta de raios nas nuvens da tempestade foi uma boa sacada e a conversa de Poseidon com Zeus foi calorosa e conseguiu explicar bastante história. Ótimo jeito de informar sem ficar cansativo ou chato. Mas eu tenho uma reclamação a fazer:
Lei nº1, de 12 de fevereiro de 2010.
Art.1º Eu, Zeus, em pleno poder que me foi instituído e como senhor de todos os deuses, decreto:
I – Nenhum deus pode ter contato físico com seus filhos, semideuses.
I – Nenhum deus pode ter contato físico com seus filhos, semideuses.
Sinceramente, FAIL. Pode até ter sido uma maneira interessante de explicar o porquê da separação de Percy e Poseidon, mas deveria ter ficado como no livro e mostrado que os deuses acabam simplesmente “deixando eles de lado”. Esse, inclusive, é um dos argumentos que Cronos usa em Percy para tentar persuadi-lo. “Não seja mais um peão dos deuses”. Enfim, os deuses são mais distantes e não demonstram tanto assim sua afinidade com determinados filhos.
Os problemas como dislexia e déficit de atenção de Percy foram bem retratados e mostraram um pouco de suas dificuldades com o estudo. Pierce Brosnan interpretando divinamente bem Quíron mostrou uma ótima desenvoltura com metade de um corpo de cavalo. Não gostei de Percy ser como ele disse, seu “aluno preferido”, me fez lembrar a relação de Dumbledore com Harry, o que só conseguirá gerar ainda mais comparações com o bruxo.
Os problemas como dislexia e déficit de atenção de Percy foram bem retratados e mostraram um pouco de suas dificuldades com o estudo. Pierce Brosnan interpretando divinamente bem Quíron mostrou uma ótima desenvoltura com metade de um corpo de cavalo. Não gostei de Percy ser como ele disse, seu “aluno preferido”, me fez lembrar a relação de Dumbledore com Harry, o que só conseguirá gerar ainda mais comparações com o bruxo.
Outro destaque foi Brandon T. Jackson. Sua capacidade de andar como um verdadeiro bode, balançando seu “traseiro peludo”, merece palmas. Seus comentários foram bastante hilários. Logan Lerman também atuou bastante bem. Comparando com outras escolhas de Chris Columbus, para protagonizar alguns filmes, essa foi de longe, uma das melhores. Suas caras e bocas merecem ser comentadas, ele mandou muito bem. Alexandra Daddario deixou um pouco a desejar, não por falta de capacidade, mas sim ausência de espaço.
Senti que Annabeth meio que assumiu a posição de Clarisse no filme. A cena do livro em que Percy ganha de Clarisse teve quase o mesmo impacto da vitória dele na luta com Annabeth, no filme. Ela também me pareceu um pouco fora do papel de verdadeira filha de Atena lembrando muito mais uma filha de Ares. Acredito que na adaptação foi perdida não só a cabeleira loura da personagem, mas também características emocionais.
Não gostei, também, de todos saberem que Percy é filho de Poseidon. Acho que uma possível descoberta de sua paternidade deixaria o filme mais emocionante e misterioso. Faltou um “Salve Perseus Jackson, Filho do Deus do Mar” do Quíron. =/
Gabe Cheiroso foi perfeito. Suas cretinices foram extremamente bem conduzidas e seu jeito ficou bastante fiel ao do livro. Pudemos realmente sentir raiva dele e do que fazia com Sally e Percy. Por falar nela, percebi que no filme ela se chama Sally Ugliano e não Jackson. Não gostei da mudança, pareceu que ela é totalmente submissa a ele.
A cena com o Minotauro não decepcionou mostrando-se bastante assustador, ele conseguiu mostrar muito bem esse mito dos gregos. Senti falta, no entanto, de ele ter se esvaído em poeira. Ficaria visualmente mais legal.
O Acampamento foi fantástico. Tornou-se realmente um campo de preparação de semideuses ao mundo real e se mostrou, na minha opinião, bastante dinâmico. Gostaria de ter nele o Sr. D como diretor mas já consegui superar sua ausência. As filhas de Afrodite se mostraram como louras de biquíni pouco interessadas no mundo. O estereótipo foi forçado e não soou natural no meio de todos os outros semideuses treinando ou batalhando. A “invasão” de Hades ao acampamento pela fogueira foi estranha. Entendi (mas não quer dizer que concordei), a posição dele em querer dominar o Olimpo, mas não precisava colocá-lo dessa forma. Outra mudança, a “Mensagem de Íris” agora é por vídeo-chamada. Fail.
Gostaria que tivesse realmente uma profecia dita pelo Oráculo, no filme. O “GPS dos deuses” me pareceu a versão olimpiana para o Mapa do Maroto. Sem falar que procurarem pérolas pelos EUA foi uma ideia horrível. Não poderia haver pior justificativa para viajarem e encontrarem monstros. O tempo inteiro durante o livro percebemos que o mundo real é perigoso e que eles podem achar monstros a qualquer momento e isso basta para justificar os encontrarem, mas criarem um ‘Em busca das pérolas perdidas’ foi exagero.
Uma Thurman como Medusa, no entanto, foi impagável. Ela conseguiu passar-nos a ideia de sedução e ainda nos amedrontar com um verdadeiro “olhar fatal”. A tentação da curiosidade de olhá-la foi de tal forma lançada que merece reconhecimento. Ela fez todos terem vontade de “dar uma espiadinha” (Essa é uma frase dela no filme, não de Pedro Bial para o BBB).
A cena da Hidra teve bastante ação. Foi intensa e conseguiu mostrar bem o seu mito, cortando uma cabeça, nascem duas no lugar. Essa foi a única vez, no entanto, que apareceu um pouco do que seria a Névoa. Senti bastante falta dela durante todo o filme e logo quando vão colocar algo parecido com ela, fazem não muito bem.
A cena do Hotel e Cassino Lótus, no entanto, não decepcionou. Ela é um dos pontos altos do filme e considero-a uma das melhores cenas. A ideia da “droga” Flor de Lótus foi bastante criativa e merece seu crédito. No livro, eles ficam encantados com as opções de jogos de videogame e acabam ficando “hipnotizados” por eles. No filme uma balada e jogos do cassino combinaram mais com as idades dos atores. A fuga do hotel foi intensa. Bem diferente do livro, onde eles saem normalmente, a fuga no filme mostrou que eles não queriam que alguém saísse de lá mostrando um acerto nas mudanças que fizeram. Não gostei, porém, da voz do além que fala com Percy. Poseidon poderia ter várias outras formas de comunicar-se com ele, mas com voz na cabeça ficou estranho.
A interpretação de Hades foi boa, mas sua caracterização poderia ter sido melhor afinal ele é deus do Submundo. Perséfone no filme, porém, deixou de ser a deusa da Primavera para se transformar na deusa da Traição, Tudo bem que ela tenha sido raptada para viver com o senhor dos mortos, mas esperava-se que ela não se transformasse em uma (perdão pela palavra) rapariga dos deuses. E ainda por cima o “ele não se lembrará disso” foi nauseante. A única ressalva que tenho a fazer é que como nos mitos ela já havia feito, ela ajudou Percy a fugir de lá. Mas eu tenho uma pergunta, deixaram Grover e não Sally por quê? Será que foi apenas para o servil e protetor sátiro negro ser submisso ao semideus branco ou para não perder o humor do momento e o deixar ter um encontro com Perséfone? Chega de comentários sobre Perséfone.
A chegada no Olimpo foi como dita no livro e ele (ou foi Hogwarts?) ficou bastante legal. Sua imponência foi boa e manter os deuses com quinze metros de altura foi bom, pois mostra-nos mais ainda o poder dos deuses. Só achei Zeus bonzinho demais. No livro, mesmo Percy levando o raio-mestre a ele, há ainda ameças de morte a ele, mas no filme ele chega a pedir a tirar Grover do Submundo.
Sobre a luta de Luke e Percy, achei-a boa. A melhor parte para mim nessa cena é quando o tridente de água se forma na mão de Percy e ele diz, “é, eu acho que sou filho de Poseidon”. Senti falta de mencionar mais Cronos. Pareceu, analisando o filme como se não tivesse lido o livro que o vilão da história é Luke e Hades seria uma espécie de vilão-secundário. Deveria haver pelo menos, aqueles sonhos que Percy tem com Cronos ou pelo menos uma deixa mais clara de que Luke estava sendo controlado, pois “semideuses governarão” não deixou nada disso claro.
Para poder encerrar, pois sei que falei muito, gostaria de dizer que apesar de todas as reclamações, o filme em si está muito bom de se assistir e que sinceramente vocês não se arrependerão se o verem. Em breve colocarei as fotos da pré-estreia, não percam.
Comentem, por favor, dizendo o que acharam do filme, ok?
3 comentários:
Também achei ridículo essa coisa de que semi-deuses governarão, e nem ter Cronos nos sonhos deles. E também podiam ter feito Hades um pouquinho melhor, ele não pareceu tão assustador quanto devia (tirando a parte que ele virava aquele demônio lá); e também não teve o Sr.D, nem os irmãos Stoll com aquela transbordação de gente no chalé de Hermes... aliás, aquilo não pareciam chalés, e sim umas tendas montadas no meio da floresta :P
poxa.. o que eu mais odiei foi a anabeth..minha personagem preferida no livro...mais ta com cabelo castanho!cade o cabelo louro e meio encaracolado??tbm concordo com vc...e os cabelos de grover são enrrolados e meios caidos isso de sátiro jovem é leseira ele tem 28 anos!e isso de fugir..nada a ver....e o oraculo??ta ai a parte chave dos livros é a professia do oráculo que tem em todos, é essencial,naum tem porque tirar..e tem razão era melhor quando ele ia para o chalé de hermes e depois aparecia o tridente atras dele
Concordo que o filme foi bom, porém sem ser comparado com o livro, é claro. Annabeth foi minha maior decepção pois ficou muito arrogante e igual à Clarisse no começo do filme. E o filme cortou muitas partes importantes do livro que com certeza farão diferença no filme O Mar de Monstros. O filme foi bom para podermos imaginar melhor quando estivermos lendo os livros, porém é SÓ isso, pois fugiu muito do foco e decepcionou muitos amantes de Percy Jackson e os olimpianos.
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